Arquicast 176 – Pedregulho

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    Atendendo a pedidos dos nossos ouvintes, trazemos neste episódio a história de um projeto que representa o que há de melhor na produção arquitetônica modernista brasileira. Conversamos sobre o “Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes”, mais conhecido como Pedregulho, projetado pelo arquiteto Affonso Eduardo Reidy em 1947, para abrigar funcionários públicos do então Distrito Federal.

    Localizado no bairro de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, o Pedregulho marca um momento de reconhecimento internacional das obras arquitetônicas e urbanísticas de Reidy, além de ser mais uma obra que mostra a grande parceria que tinha com Carmem Portinho.

    O conjunto é uma daquela obras em que a arquitetura reflete claramente os anseios de uma sociedade em pleno desenvolvimento. Num momento especial da atividade profissional do arquiteto no Brasil, o Pedregulho catalisa os temas da habitação, da educação, do bem-estar e da inovação, trabalhando todos eles em sinergia em busca de uma ideal/real transformação da sociedade.

    Para conversar com a gente convidamos HELGA SANTOS DA SILVA, arquiteta pela Universidade Federal Fluminense, com mestrado e doutorado no PROARQ da UFRJ. A Helga é uma das principais estudiosas do Pedregulho, inclusive morou no conjunto durante seus estudos e formação em arquitetura, do seu TFG até a finalização do doutorado.

    O Pedregulho foi parte de um contexto de transformação nas diretrizes de políticas públicas voltadas à habitação. Através do Departamento de Habitações Proletárias (DHP), o Estado estruturou os mecanismos burocráticos e financeiros para viabilizar seu projeto desenvolvimentista de país, atuando, junto à profissionais gabaritados, de forma inovadora na concepção de um novo paradigma sobre as condições qualitativas do habitar urbano. A Arquitetura, nesse sentido, teve papel fundamental.

    A inovação programática do conjunto, ampliando o escopo do habitar para além da moradia, foi associada a uma crescente indústria da construção civil, que fornecia os subsídios materiais à construção do ideal modernista, já consolidado na imagem do país e de sua arquitetura. A intenção era produzir em massa projetos habitacionais de grande sofisticação espacial.

    A resiliência do Pedregulho, enquanto espacialidade social e arquitetônica, faz do conjunto objeto consolidado de admiração e estudo por parte de estudantes e profissionais do campo. Ao longo dos anos, tudo mudou: atividades, moradores e administradores. Mas, para nossa sorte, as premissas que orientaram as decisões de projeto à época da sua concepção, parecem ainda manter sua importância para aqueles que, hoje, se apropriam e dão sentido ao lugar.

    Até a próxima!


    Dicas e comentados no episódio:

    • Under Construction

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